O álcool é um fator de risco para a doença de Parkinson?


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A ligação entre a doença de Parkinson e o consumo de álcool é complexa e ainda não totalmente compreendida.

A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico que afeta o movimento e é causado pela perda de células produtoras de dopamina no cérebro.

O álcool também afeta a dopamina. Então, é seguro beber álcool se você tiver a doença de Parkinson? A resposta não é tão simples.

O consumo de álcool aumenta o risco de desenvolver Parkinson?

Durante décadas, os investigadores têm investigado a ligação entre a doença de Parkinson (DP) e o consumo de álcool, com resultados complexos e muitas vezes contraditórios.

Alguns estudos não mostraram nenhuma ligação entre os dois, enquanto outros sugerem que o consumo moderado de álcool (5-29,9 gramas por dia) pode na verdade reduzir o risco de DP. Outras evidências sugerem que o uso intenso (mais de 30 gramas por dia) ou prolongado de álcool aumenta o risco.

Um grande europeu estudar de 2020 descobriram que homens com consumo moderado de álcool ao longo da vida tinham um risco maior de desenvolver DP em comparação com bebedores leves. Ainda assim, os resultados não estabeleceram uma ligação significativa entre o consumo de álcool e o risco de DP.

Uma análise de 11 estudos descobriu que o consumo de álcool estava associado a um risco ligeiramente reduzido de DP. E diferentes tipos de álcool podem causar efeitos diferentes.

Por exemplo, dois estudos incluídos na análise concluíram que o consumo de cerveja, em particular, estava associado a um reduzido risco de DP, enquanto vinho ou bebidas alcoólicas estavam associados a um risco aumentado. No entanto, alguns desses resultados não foram estatisticamente significativos. Em outros quatro estudos, nenhuma diferença foi encontrada entre cerveja, vinho e licor.

No geral, os autores descobriram que uma diminuição do risco de DP estava associada apenas ao consumo de cerveja, mas não de bebidas alcoólicas e vinho. Isto pode ocorrer porque a cerveja tem um teor de etanol muito menor, mas níveis mais elevados de antioxidantes, como ácido fólico, niacina, purina e outros fenólicos que se acredita mediarem os efeitos neuroprotetores do álcool.

A cerveja também está associada a uma alta concentração de ácido úrico, que demonstrou ter efeitos neuroprotetores em estudos com animais.

Transtorno por uso de álcool e risco de Parkinson

Algumas evidências sugerem que o uso excessivo de álcool, como o observado no transtorno por uso de álcool, pode levar a um risco aumentado de DP.

A pesquisa mostrou que o consumo excessivo de álcool a longo prazo perturba o funcionamento típico do cérebro, levando a um aumento na atividade do glutamato e na liberação do hormônio do estresse, e a uma capacidade reduzida de eliminar o glutamato do cérebro.

Isso pode resultar em estimulação excessiva das células nervosas, danos às estruturas celulares e, por fim, morte celular.

O álcool piora os sintomas do Parkinson?

A DP é caracterizada por uma diminuição nos níveis de dopamina no cérebro devido à perda de células produtoras de dopamina em uma região do cérebro.

A ingestão aguda de álcool pode aumentar a liberação de dopamina em certas regiões do cérebro, o que pode aliviar temporariamente alguns dos sintomas motores da DP, como tremores e bradicinesia (lentidão de movimentos).

No entanto, o uso crônico de álcool ou o consumo excessivo de álcool podem levar à depleção de dopamina no cérebro a longo prazo, o que pode piorar os sintomas da DP ao longo do tempo.

O álcool também pode interagir com medicamentos comumente usados ​​para tratar a DP, como a levodopa, que é um precursor da dopamina. O álcool pode interferir na absorção e eficácia da levodopa, causando aumento de tremores e outros sintomas motores.

Como o álcool afeta a DP?

O álcool é um depressor do sistema nervoso central que pode interagir com os sintomas da DP de várias maneiras, incluindo as seguintes:

  • Sintomas motores: O álcool pode afetar a função motora e a coordenação e pode piorar alguns dos sintomas motores da DP, como tremores, rigidez e bradicinesia (lentidão de movimentos).
  • Interações medicamentosas: O álcool pode interagir potencialmente com medicamentos para DP e reduzir sua eficácia, levando ao aumento dos sintomas da DP.
  • Risco de equilíbrio e queda: A DP pode aumentar o risco de quedas devido a problemas de equilíbrio. O álcool pode prejudicar ainda mais o equilíbrio e a coordenação, aumentando potencialmente o risco de quedas em pessoas com DP.
  • Distúrbios do sono: O álcool pode perturbar os padrões de sono, e as pessoas com DP muitas vezes já apresentam distúrbios do sono, como o distúrbio comportamental do sono REM.

Você pode beber álcool se tiver DP?

O consumo excessivo de álcool ou o uso indevido crônico de álcool pode potencialmente piorar os sintomas da DP, interferir na eficácia da medicação, aumentar o risco de quedas devido ao comprometimento do equilíbrio e da coordenação e perturbar os padrões de sono.

Por outro lado, algumas pessoas com DP podem tolerar o consumo moderado de álcool sem agravamento significativo dos sintomas. É importante discutir isso com um profissional de saúde para determinar o que é seguro e apropriado para você.

Você pode beber se tomar carbidopa-levodopa?

Carbidopa-levodopa é um medicamento combinado que ajuda a aumentar os níveis cerebrais de dopamina para ajudar a aliviar alguns dos sintomas motores da DP.

Tanto a carbidopa quanto a levodopa podem causar efeitos colaterais como tonturas, sonolência e dificuldade de coordenação, que podem ser agravados pelo álcool.

Resultado final

A relação entre a doença de Parkinson e o consumo de álcool é complexa e ainda não totalmente compreendida.

Embora alguns estudos sugiram que o baixo consumo de álcool pode ter um efeito protetor na doença de Parkinson, outros sugerem que depende do tipo de álcool consumido. Há também evidências de que o consumo excessivo de álcool pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Parkinson ou piorar os seus sintomas.

Se você ou um ente querido tem doença de Parkinson, consulte seu médico para obter aconselhamento médico personalizado sobre o uso de álcool.


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