O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que falou por telefone com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que exigiu que Teerã pare de fornecer armas à Rússia em um telefonema com seu colega iraniano Hossein Amirabdollahian.
Autoridades ucranianas e seus aliados ocidentais acusaram o Irã de fornecer os chamados drones “kamikaze” à Rússia, que recentemente foram usados com efeitos devastadores pelas forças de Moscou em ataques direcionados à infraestrutura ucraniana.
O Irã negou veementemente que tenha enviado qualquer armamento, incluindo drones, para a Rússia.
“Hoje, recebi uma ligação do ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian”, escreveu Kuleba em um tweet na sexta-feira.
“Exigi que o Irã cesse imediatamente o fluxo de armas para a Rússia usadas para matar civis e destruir infraestrutura crítica na Ucrânia”, escreveu ele.
Hoje, recebi um telefonema do ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, durante o qual exigi ao Irã que cesse imediatamente o fluxo de armas para a Rússia usadas para matar civis e destruir infraestrutura crítica na Ucrânia.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) 28 de outubro de 2022
A Rússia desencadeou uma onda de ataques com mísseis e drones nas últimas semanas, atingindo a infraestrutura de energia da Ucrânia e forçando cortes de energia em Kyiv, bem como em cidades e vilas em todo o país.
Kyiv diz que a Rússia usou drones de ataque Shahed-136, de fabricação iraniana, que voam em direção ao alvo e explodem com o impacto.
Amirabdollahian disse na segunda-feira que estava pronto para falar com a Ucrânia sobre as alegações de que Teerã havia vendido drones à Rússia para uso na Ucrânia, informou a IRNA (Agência de Notícias da República Islâmica) do Estado iraniano.
Amirabdollahian rejeitou as alegações de fornecer drones à Rússia para uso na Ucrânia, informou a IRNA.
“No passado, pegamos armas da Rússia e demos armas também, mas não durante a guerra na Ucrânia”, disse a IRNA, citando o ministro das Relações Exteriores.
O ministro também disse que disse ao chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, que o Irã estava disposto a participar de uma investigação sobre os drones usados na Ucrânia.
“Disse a Josep Borrell que estou pronto para que uma equipe de especialistas militares do Irã e da Ucrânia avalie as alegações sobre o uso de drones fabricados pelo Irã na guerra da Ucrânia”, disse Abdollahian, citado pela IRNA.
Os drones armados tornaram-se uma arma fundamental no arsenal da Rússia durante a guerra na Ucrânia e foram usados com efeitos devastadores no mês passado para atingir infraestruturas energéticas cruciais, levando a escassez de energia em todo o país.
A Ucrânia disse na sexta-feira que suas forças derrubaram desde meados de setembro mais de 300 drones russos, que descreveu como modelos Shahed-136 importados do Irã.
O porta-voz da Força Aérea da Ucrânia, Yuri Ihnat, disse a jornalistas em Kyiv que a Rússia encomendou cerca de 2.400 drones kamikaze, embora a extensão exata do estoque de drones armados de Moscou seja desconhecida.
Também na sexta-feira, cidadãos iranianos que vivem na Ucrânia realizaram um protesto em Kyiv contra o governo de Teerã supostamente fornecendo à Rússia drones que foram usados na guerra de Moscou contra o país.
O Irã condenou veementemente um apelo da França, Alemanha e Reino Unido para que as Nações Unidas investiguem se a Rússia usou drones de origem iraniana para atacar a Ucrânia.
Nasser Kanaani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, disse no fim de semana passado que o pedido de três países era “falso e infundado” e que foi “fortemente rejeitado e condenado”.
Em uma carta assinada por seus enviados da ONU, os três países europeus apoiaram o pedido da Ucrânia para uma investigação da ONU, argumentando que o uso de drones violou a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU que endossou o acordo nuclear de 2015 com o Irã.
Os EUA disseram que a suposta exportação de “drones kamikaze” usados na Ucrânia pode ser uma violação da resolução, o que poderia desencadear o restabelecimento automático de sanções internacionais contra o Irã.
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