O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, renovou as ameaças de uma campanha militar contra “terroristas” curdos.
A Rússia instou a Turquia a não lançar uma ofensiva no norte da Síria depois que o presidente Recep Tayyip Erdogan renovou as ameaças de uma campanha militar contra “terroristas” curdos.
“Esperamos que Ancara se abstenha de ações que possam levar a uma deterioração perigosa da já difícil situação na Síria”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em comunicado nesta quinta-feira.
“Tal medida, na ausência do acordo do governo legítimo da República Árabe Síria, seria uma violação direta da soberania e integridade territorial da Síria” e “causaria uma nova escalada de tensões na Síria”, acrescentou.
Erdogan na quarta-feira novamente propôs uma ofensiva militar no norte da Síria.
“Estamos dando mais um passo no estabelecimento de uma zona de segurança de 30 km ao longo de nossa fronteira sul. Vamos limpar Tal Rifat e Manbij”, disse ele, referindo-se a duas cidades do norte da Síria.
Erdogan disse que eles seguiriam “passo a passo para outras regiões”.
Há uma semana, o líder da Turquia ameaça lançar uma operação contra combatentes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Ele também tem como alvo as Unidades de Proteção Popular (YPG), um grupo sírio-curdo que considera parte do PKK.
O PKK trava um levante armado contra a Turquia desde 1984, e dezenas de milhares de pessoas morreram no conflito.
O governo turco acusou o YPG de atacar as forças de segurança turcas na Síria.
Zakharova disse: “Entendemos as preocupações da Turquia sobre as ameaças à segurança nacional que emanam das regiões fronteiriças” com a Síria, mas acrescentou que o problema só pode ser resolvido se as tropas sírias forem enviadas para a área.
Sob os termos de um acordo de 2019, a Rússia, aliada do regime de Damasco, e a Turquia concordaram em garantir que as forças curdas se retirassem de áreas na Síria próximas à fronteira turca e lançassem patrulhas conjuntas.
‘Atores malignos’
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também alertou na quarta-feira a Turquia, aliada da Otan, contra uma ofensiva militar na Síria, dizendo que colocaria a região em risco.
“É algo a que nos opomos”, disse Blinken em entrevista coletiva conjunta com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
“A preocupação que temos é que qualquer nova ofensiva prejudicaria a estabilidade regional [and] fornecer aos atores malignos oportunidades para explorar a instabilidade”, disse Blinken.
A Turquia lançou três operações militares no norte da Síria desde 2016, capturando áreas ao longo da fronteira no que disse ser uma tentativa de proteger sua fronteira contra ameaças do ISIL (ISIS) e do YPG.
As Forças Democráticas Sírias (SDF), ligadas ao YPG, alertaram que uma operação militar de Ancara prejudicaria os esforços para combater combatentes do grupo armado ISIL no nordeste da Síria.
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