As especulações sobre o futuro do chefe do exército Valery Zaluzhny têm aumentado à medida que se aproxima o segundo aniversário da guerra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que planeja remodelar a liderança militar e política da Ucrânia.
Os comentários, feitos pela TV italiana RAI em entrevista transmitida na noite de domingo, seguem-se a semanas de especulações de que Zelenskyy pretende demitir Valery Zaluzhny, comandante-em-chefe das forças armadas ucranianas.
“É necessário um reinício, um novo começo” e “não se trata de uma única pessoa, mas da direção da liderança do país”, disse Zelenskyy.
“Estou pensando nessa substituição”, disse ele, “mas não se pode dizer aqui que substituímos uma única pessoa”.
Zaluzhny, que foi nomeado por Zelenskyy meses antes da invasão russa em fevereiro de 2022, é popular entre as tropas e a população em geral. Ele negou especulações de que tenha ambições políticas.
Ele e o presidente estão em desacordo há algum tempo sobre a condução da guerra, enquanto o país enfrenta a escassez de munições, a escassez de pessoal após uma contra-ofensiva fracassada e a necessidade de mais tropas.
Zelenskyy procurou minimizar as implicações durante os seus comentários sobre a remodelação.
“Quando falamos sobre isto, quero dizer uma substituição de uma série de líderes estatais, não apenas num único sector como o militar”, disse ele.
“Se quisermos vencer, devemos todos avançar na mesma direção, convencidos da vitória; não podemos desanimar, deixar cair os braços; devemos ter a energia positiva certa”, continuou o presidente ao falar da luta de Kiev para expulsar as forças russas após a anexação da Crimeia em 2014, a ocupação de partes do Donbass e a invasão de fevereiro de 2022.
O meio de comunicação ucraniano Ukrainska Pravda informou no mesmo dia que Zelenskyy também está considerando demitir o chefe do Estado-Maior, Serhii Shaptala.
Enquanto isso, Zaluzhny parabenizou Shaptala por seu aniversário e postou uma foto deles juntos no Facebook.
Demissão recusada
A especulação tomou conta da Ucrânia durante semanas sobre a posição e o relacionamento de Zaluzhny com o presidente, à medida que a guerra contra a invasão russa se aproxima do seu segundo aniversário.
No final do ano passado, Zelenskyy disse ter rejeitado um pedido dos militares para mobilizar até 500 mil pessoas e exigiu saber como isso seria organizado e pago.
As tensões entre os dois homens também foram divulgadas no ano passado, depois de o general ter dito ao The Economist numa entrevista que a guerra tinha entrado num impasse. A afirmação rendeu uma negação furiosa de Zelenskyy.
Relatos não confirmados da mídia na semana passada disseram que o general recusou um pedido presidencial de renúncia.
Oleksandr Syrsky, comandante das forças terrestres, e Kyrylo Budanov, chefe da diretoria de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano, são os dois principais candidatos para substituir Zaluzhny como comandante-chefe, segundo especulações.
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