México apela a tribunal internacional com intensificação da disputa diplomática com a Bolívia


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CIDADE DO MÉXICO / LA PAZ – O México recorreu quinta-feira à Corte Internacional de Justiça para garantir que suas instalações diplomáticas sejam respeitadas na Bolívia, à medida que aumenta a pressão sobre o governo interino do país sul-americano para recuar em uma briga cada vez mais violenta.

Policiais vigiam a embaixada do México em La Paz, Bolívia, 26 de dezembro de 2019. REUTERS / David Mercado

O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, disse em uma entrevista coletiva regular que seu governo estava apelando ao tribunal, com sede em Haia, para mediar a disputa, que se concentra na decisão do México de conceder asilo a nove pessoas em sua embaixada.

Desde segunda-feira, o México acusou o novo governo conservador boliviano de aumentar a presença da polícia fora da embaixada em La Paz e de intimidar seus funcionários.

A ministra das Relações Exteriores da Bolívia, Karen Longaric, disse que o apelo do México ao tribunal é uma "falácia legal" e deve ser retirado.

Liderado pela presidente interina Jeanine Añez, ex-senadora, o governo boliviano assumiu o poder no mês passado, quando o ex-presidente de esquerda Evo Morales renunciou após uma disputa nas eleições e se refugiou no México, obscurecendo as relações diplomáticas.

Ebrard disse que 11 dias depois que o México deu asilo às nove pessoas e solicitou passes de conduta seguros para elas, a Bolívia disse às autoridades mexicanas que havia emitido mandados de prisão para quatro delas. Ninguém recebeu os passes, acrescentou.

Ebrard disse esperar que o tribunal defenda o direito do México de dar asilo e que suas instalações sejam respeitadas. O "consenso da comunidade internacional" estava do lado do México, disse ele.

Morales renunciou sob pressão das forças armadas da Bolívia após uma eleição presidencial que a Organização dos Estados Americanos (OEA) disse ter sido fraudada a seu favor.

Ele aceitou rapidamente uma oferta de asilo político do México, pressionando as relações entre o México, o governo liderado por Añez, um oponente de Morales.

Segundo o governo boliviano, Juan Ramon Quintana, ex-assessor sênior de Morales, está entre os nove que se refugiaram na embaixada mexicana.

Morales deixou o México este mês e agora está na Argentina.

Ebrard comparou a atitude adotada pelo que ele chamou de governo boliviano “de fato” aos regimes liderados por militares no poder na América Latina durante a década de 1970.

Ao lado de Ebrard, o presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador, um aliado de esquerda de Morales, disse esperar que não seja feita nenhuma tentativa de forçar a entrada na embaixada.

"Nem mesmo o ex-ditador chileno Augusto Pinochet fez isso", disse Lopez Obrador.

Yerko Nuñez, ministro da presidência boliviana, disse que seu governo queria proteger a embaixada mexicana porque "existem grupos que supostamente querem descer e levá-la".

"Mas também queremos que todos os que cometeram atos de terrorismo, sedição e procurem organizar conflitos, enfrentem a justiça", disse ele a repórteres, apontando as ordens de prisão feitas.

"E não haverá passagem segura para quem quebrou as regras e causou divisão entre os bolivianos."


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