‘Rejeição total’: saudita nega qualquer motivo anti-EUA para corte da Opep+


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Os EUA criticaram o reino por insistir que o corte de produção da semana passada teve motivação econômica e não política.

O príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, à esquerda, e o presidente dos EUA, Joe Biden, se encontram em Jeddah em julho [File: Bandar Algaloud/Saudi Royal Court via Reuters]

A Arábia Saudita está rejeitando as acusações infundadas de que a produção cortada na semana passada pelo cartel de petróleo Opep e seus aliados, incluindo a Rússia, foi politicamente motivada contra os Estados Unidos.

A decisão de cortar a produção em dois milhões de barris por dia a partir de novembro enfureceu a Casa Branca, com o presidente Joe Biden prometendo “consequências” para a Arábia Saudita, maior produtor da Opep.

“A Arábia Saudita viu as declarações… que descreveram a decisão como o reino tomando partido em conflitos internacionais e que foi politicamente motivada contra os Estados Unidos”, disse o Ministério das Relações Exteriores saudita em comunicado na quinta-feira.

A Arábia Saudita gostaria de “expressar sua total rejeição a essas declarações que não se baseiam em fatos e que se baseiam em retratar a decisão da Opep+ fora de seu contexto econômico”, acrescentou.

O reino insistiu que as decisões da OPEP e seus aliados, conhecidos como OPEP +, foram tomadas “puramente por considerações econômicas” e seu conselho econômico foi resistir aos apelos para adiar o corte de produção.

‘Interesses de todos’

“O governo do reino esclareceu através de sua consulta contínua com o governo dos EUA que todas as análises econômicas indicam que adiar a decisão da Opep+ por um mês … teria consequências econômicas negativas”, disse o ministério.

“Resolver os desafios econômicos requer o estabelecimento de um diálogo construtivo não politizado e considerar com sabedoria e racionalidade o que serve aos interesses de todos os países.”

A Arábia Saudita negou estar tomando partido na invasão russa da Ucrânia apoiada pelo Ocidente, insistindo que manteve uma “posição de princípios” em apoio ao direito internacional.

Respondendo à declaração saudita, os EUA criticaram a Arábia Saudita por insistir que o corte de produção da semana passada teve motivação econômica e não política.

“O Ministério das Relações Exteriores saudita pode tentar desviar ou desviar, mas os fatos são simples. O mundo está apoiando a Ucrânia no combate à agressão russa”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, em comunicado.

INTERATIVO - Produção de petróleo da OPEP por país

‘Sensação de conforto’

A Arábia Saudita empurrou outras nações da Opep+ para o corte de produção na semana passada, de acordo com Kirby.

“Mais de um” membro da Opep discordou do esforço da Arábia Saudita para cortar a produção e se sentiu coagido a votar, disse Kirby a repórteres. Ele disse que não iria identificar os membros para deixá-los falar por si mesmos.

Kirby disse que a análise dos Estados Unidos também mostrou que o corte poderia ter esperado até a próxima reunião da Opep, após as eleições de novembro nos EUA que determinarão se o Partido Democrata de Biden manterá o controle do Congresso.

O corte de produção é o mais recente sinal de deterioração das relações EUA-Sauditas desde que Biden assumiu o cargo.

Kirby disse que a decisão é “certamente” uma forma de apoio econômico ao presidente russo, Vladimir Putin, porque “permite que ele continue a financiar sua máquina de fazer guerra e certamente deu a ele, Sr. Putin, uma sensação de conforto aqui”.

Os Estados Unidos estão atualmente analisando as consequências para as relações com a Arábia Saudita sobre a decisão da Opep +, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na quinta-feira.

“Não estamos apenas profundamente desapontados com isso, achamos que é míope. E como o presidente deixou muito claro, essa decisão tem que ter consequências e isso é algo que estamos revisando enquanto falamos”, disse Blinken a repórteres.


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