ADEN – O Iêmen informou a disseminação do novo coronavírus para uma terceira província no final da sexta-feira, aumentando o número de infecções diagnosticadas para sete, com duas mortes em um dos países mais vulneráveis do mundo.
A ONU diz que teme que o vírus esteja se espalhando sem ser detectado no país onde uma guerra de cinco anos destruiu os sistemas de saúde e deixou milhões de pessoas subnutridas.
O comitê de emergência de coronavírus disse em um post no Twitter que um homem de 40 anos foi diagnosticado com a infecção na província de Taiz, no sudoeste do país, o primeiro caso da região.
"O paciente está recebendo atendimento em um centro de quarentena e as medidas foram tomadas pelas equipes de monitoramento e pelo departamento de saúde para quem interagiu com ele", acrescentou.
O governador de Taiz anunciou no sábado que estava fechando as fronteiras da província por duas semanas, com exceção de suprimentos de alimentos e outros bens essenciais, a fim de impedir a propagação do vírus.
Ele também ordenou que mesquitas e mercados fechassem e proibissem "grandes reuniões".
O Iêmen registrou seu primeiro caso de COVID-19 na província de Hadhramout, no sul do país, em 10 de abril. Na quarta-feira, anunciou cinco infecções em Aden, com duas mortes.
O país já está enfrentando a maior crise humanitária do mundo causada por uma guerra entre uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e o grupo Houthi que expulsou o governo da capital, Sanaa, no final de 2014.
A Organização Mundial da Saúde disse temer que o COVID-19 tenha um impacto severo no Iêmen, já que a população tem alguns dos níveis mais baixos de imunidade a doenças em comparação com outros países.
Cerca de 80% da população, ou 24 milhões de pessoas, dependem de ajuda humanitária e 10 milhões estão em risco de morrer de fome. A doença é comum.
O Iêmen também é dividido em centros de poder rivais. Na quarta-feira, o comitê de emergência de coronavírus do governo, com sede em Aden, manifestou preocupação de que as autoridades de Houthi não admitissem um surto de coronavírus em Sanaa. As autoridades de saúde do grupo disseram que todos os casos suspeitos foram negativos para o COVID-19.
As autoridades iemenitas atualizaram 37 hospitais em todo o país com asas improvisadas de coronavírus, mas faltam kits de teste, ventiladores e leitos hospitalares.
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