Ataques de carros-bomba jihadistas atingem forças pró-governo sírias em Aleppo


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AZAZ, Síria / BEIRUTE – Os insurgentes sírios realizaram dois ataques suicidas com carros-bomba em um ataque às forças pró-governo em Aleppo no sábado e abriram uma nova frente a nordeste da cidade, uma tentativa de reação após ganhos territoriais para o presidente Bashar al-Assad.

FOTO DE ARQUIVO: Um soldado do exército sírio gesticula em Maarat al-Numan, na Síria, em 30 de janeiro de 2020. REUTERS / Yamam Al Shaar / File Photo

Apoiadas pelo poder aéreo russo, as forças do governo sírio fizeram um avanço significativo no noroeste dos rebeldes nesta semana, tomando a cidade de Maarat al-Numan, parte de uma ofensiva para garantir a estrada principal entre Damasco e Aleppo.

Os ataques suicidas foram realizados pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham e atingiram a área de Jamiyat al Zahraa, no extremo oeste de Aleppo. Um terceiro carro-bomba foi detonado por controle remoto, disse uma fonte do grupo.

Uma agência de notícias ligada ao grupo, Ebaa, publicou um vídeo que dizia que os combatentes de elite Tahrir al-Sham prometiam "lealdade à morte e à jihad" antes do ataque a Jamiyat al-Zahraa, assistido pelo líder do grupo, Abu Mohammad al- Jolani.

O canto noroeste da Síria, incluindo a província de Idlib e as áreas adjacentes de Aleppo, é o último grande ponto de apoio dos rebeldes na Síria, onde Assad retomou a maior parte do terreno outrora ocupado por seus inimigos com apoio russo e iraniano.

A agência de notícias estatal síria SANA disse que as tropas do exército destruíram quatro carros-bomba antes de atingirem seus alvos. As forças do exército sírio estavam disparando foguetes e artilharia contra grupos militantes na frente de Jamiyat al-Zahraa. Militantes também dispararam foguetes em bairros residenciais de Alepo.

Os dois lados deram contas conflitantes do resultado do ataque.

Uma agência de notícias administrada pelo Hezbollah do Líbano, que luta em apoio a Assad, disse que o exército sírio frustrou um "ataque feroz" da Frente Nusra, como o grupo de Jolani era conhecido até romper com a Al Qaeda em 2016.

Mas a agência de notícias jihadista Ebaa disse que as forças de ataque capturaram um grupo de casas em uma colina com vista para Aleppo.

CONTROLE GOVERNO

A fonte de Hayat Tahrir al-Sham disse que os ataques tiveram como alvo as "milícias de ocupação iranianas", uma referência aos grupos apoiados pelo Irã que lutam em apoio a Assad.

A cidade de Alepo está sob controle total do governo desde 2016, quando forças pró-Damasco derrotaram rebeldes no leste da cidade.

Cerca de 50 km a nordeste de Aleppo, rebeldes apoiados pela Turquia atacaram posições mantidas pelo governo perto da cidade de al-Bab, informou uma fonte rebelde e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. As forças turcas não estavam participando, disseram rebeldes.

A mais recente ofensiva do governo provocou uma nova onda de deslocamentos civis, com centenas de milhares se movendo em direção à fronteira turca.

O presidente turco Tayyip Erdogan disse na sexta-feira que a Turquia poderá iniciar uma operação militar em Idlib, a menos que os combates sejam interrompidos.

O enviado especial dos EUA para a Síria disse na quinta-feira que o conflito de Idlib levantou o espectro de uma crise internacional.

A Turquia, que já abriga 3,6 milhões de refugiados sírios, teme uma nova onda de migrantes. Possui 12 postos de observação militar em torno de Idlib, estabelecidos sob um acordo com a Rússia e o Irã, e vários deles foram cercados por forças do governo.


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