Turquia e Rússia conversam com Síria enquanto milhares fogem de bombardeios


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ANCARA / BEIRUTE – Uma delegação turca esteve na Rússia na segunda-feira para conversar sobre a Síria, após relatos de que ataques apoiados pela Rússia estavam forçando dezenas de milhares de sírios a fugir em direção à Turquia.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, sai após o Fórum Global de Refugiados nas Nações Unidas em Genebra, Suíça, em 17 de dezembro de 2019, REUTERS / Denis Balibouse

A Turquia já abriga cerca de 3,7 milhões de sírios – a maior população de refugiados do mundo. O presidente Tayyip Erdogan disse no domingo que não poderia lidar com um novo influxo e instou a Rússia a interromper os ataques na província de Idlib, no noroeste da Síria.

A Fundação Humanitária de Ajuda (IHH), com sede na Turquia, disse na segunda-feira que 120.000 sírios estavam fugindo em direção à fronteira com a Turquia – acima da estimativa de 80.000 de Erdogan.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu o fim imediato das hostilidades, que, segundo ele, deslocaram 30.000 pessoas apenas na última semana, disse seu porta-voz.

"O Secretário-Geral lembra todas as partes de suas obrigações de proteger civis e garantir a liberdade de movimento", disse o porta-voz da ONU Stephane Dujarric em comunicado.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, prometeu recapturar a região de Idlib, a última área significativa da Síria ainda sob controle rebelde após 8-1 / 2 anos de guerra civil.

Rússia e Irã apoiaram as forças de Assad durante o conflito na Síria, enquanto a Turquia apoiou rebeldes sírios na luta contra Assad.

Jatos do exército russo e sírio têm como alvo comboios civis que tentam fugir da cidade de Maarat al-Numan em Idlib, deixando centenas de famílias ainda presas ali, disseram ativistas e grupos de ajuda.

"É uma situação trágica para os civis que permanecem na cidade, já que jatos russos estão atingindo qualquer comboio que sai da cidade, enquanto aqueles que foram capazes de chegar a áreas mais próximas à fronteira não têm onde se abrigar", disse Mohamad Rasheed, ativista da região. .

A LÍBIA TAMBÉM FOCA

O exército sírio disse na segunda-feira que travou batalhas ferozes no sudeste de Idlib e tomou várias aldeias depois de matar grande número do que chamou de terroristas.

"As pessoas estão deitadas no chão dormindo ao ar livre, sem cobertores, sob chuva e frio", disse Feras Saad, que fugiu da cidade com sua família e encontrou abrigo na vila fronteiriça de Harabosh.

Moscou e Damasco negam acusações de bombardeio indiscriminado de áreas civis e dizem que estão lutando contra militantes islâmicos da Al Qaeda.

Uma fonte diplomática turca disse que a delegação na Rússia também discutirá o potencial envio de tropas da Turquia e o apoio militar à Líbia, depois que Ancara e Trípoli assinaram um acordo de cooperação militar no mês passado.

A Rússia disse estar preocupada com essa implantação.

Erdogan disse no domingo que a Turquia poderia aumentar o apoio militar ao Governo do Acordo Nacional das Nações Unidas (GNA), apoiado por Fayez al-Serraj, que vem combatendo uma ofensiva das forças do leste da Líbia lideradas por Khalifa Haftar.

Rússia, Egito e Emirados Árabes Unidos apoiaram as forças de Haftar.

Mais tarde, na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia disse que o ministro das Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu manteve um telefonema com seu colega russo Sergei Lavrov para discutir desenvolvimentos na Síria e na Líbia. Não deu mais detalhes.


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