CONAKRY – O presidente da Guiné, Alpha Conde, disse na quinta-feira que procuraria um referendo público sobre uma nova constituição, um movimento que seus oponentes temem que ele use como pretexto para manter o poder além do fim de seu mandato constitucional.
Conde governa desde 2010, e seu segundo e último mandato de cinco anos termina no próximo ano. Manifestações desde outubro contra uma possível mudança constitucional resultaram em pelo menos 14 mortes em todo o país.
A oposição suspeita que Conde, de 81 anos, planeja usar uma nova constituição como botão de reset no atual limite de dois mandatos. Um esboço proposto para uma nova constituição, visto pela Reuters, não indica explicitamente se Conde seria elegível para as eleições de 2020, mas Conde se recusou a descartar a disputa.
Em um discurso televisionado na noite de quinta-feira, Conde disse que os presidentes da Assembléia Nacional e do tribunal constitucional haviam assinado a proposta, elaborada por uma comissão especial.
"Esta proposta será objeto de uma ampla campanha de divulgação pública antes de sua adoção pelo povo soberano", disse ele, sem especificar quando o referendo ocorrerá.
Conde diz que é necessária uma nova constituição para substituir a versão de 2010, que ele diz ter sido elaborada às pressas em um esforço para acabar com o breve mandato do líder do golpe Dadis Camara.
A vitória eleitoral de Conde em 2010 levantou esperanças de progresso democrático na Guiné após décadas de regime autoritário. Mas seus críticos o acusam de reprimir os dissidentes e reprimir violentamente os protestos – acusações que ele nega.
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