NOVA DÉLHI – O gabinete federal da Índia aprovou fundos na terça-feira para uma pesquisa de censo e população a ser realizada no próximo ano, em meio a temores de que o banco de dados possa ser usado para criar um registro de cidadãos controverso, contra o qual houve protestos generalizados.
Centenas de milhares de indianos foram às ruas para protestar contra uma nova lei de cidadania promulgada pelo governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi que fornece às minorias não-muçulmanas do Afeganistão, Bangladesh e Paquistão que se mudaram para cá antes de 2015 um caminho para a cidadania indiana.
Alguns desses protestos levaram a confrontos entre a polícia e manifestantes, nos quais pelo menos 21 pessoas foram mortas.
Muitos indianos dizem que a lei discrimina os muçulmanos e viola a constituição secular da Índia, fazendo da religião um teste para a cidadania. Eles dizem que a lei e um registro nacional proposto de cidadãos podem ser usados contra a minoria muçulmana.
O governo aprovou 87,54 bilhões de rúpias (US $ 1,23 bilhão) para a realização do censo e 39,41 bilhões de rúpias para a atualização do Registro Nacional da População (NPR), informou o ministro da Informação e Radiodifusão Prakash Javadekar a repórteres.
O censo coleta dados sobre população, atividade econômica, aspectos sociais e culturais, migração e demografia, até o nível administrativo mais baixo.
O NPR se destina a criar um banco de dados de identidade abrangente de todos os residentes da Índia.
O levantamento do censo e da população começará em abril do próximo ano.
Javadekar disse que o exercício do censo não tem relação com o registro nacional de cidadãos.
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