O líder republicano continua sua postura combativa contra empresa que criticou uma lei anti-LGBTQ na Flórida.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, está envolvido em uma amarga disputa com a Walt Disney Co, que começou no ano passado, quando a empresa de mídia criticou um projeto de lei estadual sobre identidade sexual e passou a supervisionar os serviços municipais em seus parques.
DeSantis anunciará sua candidatura presidencial na quarta-feira durante uma discussão no Twitter Spaces com o bilionário Elon Musk.
Aqui está o que você precisa saber sobre a briga do governador com a Disney.
Como começou esta situação?
No ano passado, o então CEO da Disney, Bob Chapek, criticou um esforço legislativo liderado por DeSantis na Flórida para limitar a discussão em sala de aula sobre questões de sexualidade e gênero para alunos mais jovens, um projeto de lei que os críticos chamam de medida “Não diga gay”.
DeSantis respondeu instando a legislatura a abolir um distrito especial que dava à Disney autonomia virtual sobre o desenvolvimento de seus parques temáticos no centro da Flórida.
O que era esse distrito tributário especial e por que foi criado?
O Legislativo da Flórida criou o Reedy Creek Improvement District em 1967 para promover o desenvolvimento do Walt Disney World em um terreno de 100 quilômetros quadrados (38,5 milhas quadradas). A Disney pagava impostos àquele distrito, que prestava serviços municipais e o isentava de alguns regulamentos.
Qual foi a legislação que a Flórida assinou?
Em abril de 2022, DeSantis convocou a legislatura controlada pelos republicanos para abolir o Reedy Creek Improvement District, o que fez em uma sessão especial. Os legisladores da Flórida revisitaram a questão em fevereiro de 2023, tirando a Disney de seu status especial de autogoverno e dando a DeSantis autoridade para nomear um novo conselho de turismo com supervisão da área.
Como a Disney respondeu?
Antes da aquisição pelos nomeados de DeSantis, em fevereiro de 2023, a Disney promoveu mudanças no acordo do distrito fiscal especial que limita a ação do conselho por décadas. DeSantis prometeu anular esses esforços.
Em abril, a empresa processou DeSantis, pedindo a um tribunal federal que anulasse os esforços estaduais para exercer maior controle sobre os parques temáticos do Walt Disney World, acusando DeSantis de uma “campanha para armar o poder do governo”.
O que DeSantis disse que faria?
DeSantis, em meados de abril, sugeriu que o recém-formado conselho de turismo poderia intensificar as inspeções dos passeios da Disney, adicionar rodovias com pedágio ou outro desenvolvimento da área, até mesmo cogitando a ideia de colocar uma prisão estadual na região. O CEO da Disney, Bob Iger, chamou a ação do governador de “anti-negócios” e “anti-Flórida”.
DeSantis também rejeitou a ação legal tomada pela Disney. A diretoria distrital indicada por ele também contestou a empresa no início deste mês.
O que a Disney fez em seu processo?
A Disney processou DeSantis e membros de seu recém-nomeado conselho do Distrito de Supervisão do Turismo da Flórida Central em um tribunal federal em Tallahassee, dizendo que as ações do estado violaram os direitos contratuais da Disney e argumentando que os esforços de DeSantis representam uma tentativa de restringir os direitos da Primeira Emenda da empresa. A empresa está pedindo ao tribunal que declare ilegal a ação legislativa da Flórida.
Que ações recentes a Disney tomou?
A Disney descartou os planos de construir um campus corporativo de quase US$ 1 bilhão no centro da Flórida que teria abrigado 2.000 funcionários, informou a Reuters em 18 de maio, no contexto de sua contínua batalha legal com DeSantis.
Como os eleitores se sentem sobre a batalha DeSantis x Disney?
Quarenta e quatro por cento dos entrevistados republicanos em uma pesquisa de abril da Reuters/Ipsos disseram ter uma visão mais favorável de DeSantis por causa da briga com a Disney. No entanto, 73% dos entrevistados – incluindo 82% dos democratas e 63% dos republicanos – disseram que eram menos propensos a apoiar um candidato político que apóia leis destinadas a punir uma empresa por suas posições políticas ou culturais.
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