"Teste real" da Hungria ainda está por vir, diz PM, à medida que os casos de coronavírus saltam


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BUDAPESTE – A Hungria precisa de mais ventiladores e leitos hospitalares para tratamento intensivo, como parte de seus esforços para enfrentar a crise do coronavírus, disse o primeiro-ministro Viktor Orban na sexta-feira, enquanto o governo registrava o maior aumento diário de infecções.

FOTO DE ARQUIVO: Policiais militares patrulham o City Park enquanto a disseminação da doença por coronavírus (COVID-19) continua em Budapeste, Hungria, em 6 de abril de 2020. REUTERS / Bernadett Szabo / File Photo

Dados do governo mostraram que os casos confirmados de coronavírus aumentaram de 210 para 1.190 nas últimas 24 horas, e o número de mortos agora é de 77.

A crise apresentou a Orban o maior desafio ao seu governo de uma década. Sua resposta – governar por decreto indefinidamente – atraiu críticas da União Europeia.

"Parece que outros países já estão aparecendo (da crise), como se já houvesse luz no fim do túnel", disse Orban à rádio pública em entrevista. "Por enquanto, não vejo isso na Hungria."

"Ganhamos tempo, nos defendemos bem, mas o teste real ainda está por vir", disse Orban, acrescentando que a Hungria parece estar caminhando para um período de infecções em massa e que seria difícil evitar esse resultado.

O governo de Orban prolongou indefinidamente um bloqueio em todo o país na quinta-feira para retardar a disseminação do coronavírus, pedindo aos cidadãos que respeitem as restrições à livre circulação apesar do fim de semana de férias da Páscoa.

Orban disse que cerca de um quinto dos funcionários do hospital pode ser infectado pelo vírus, o que, segundo ele, está alinhado à experiência internacional.

A Hungria precisará ter aumentado seu estoque de ventiladores e leitos hospitalares de terapia intensiva para 8.000 no auge da crise, disse Orban, acrescentando que normalmente havia cerca de 2.000 disponíveis em "tempos normais".

“LINHA VERMELHA” SOBRE DÉFICIT

A Hungria também está treinando estudantes de medicina para poder ajudar em unidades de terapia intensiva, disse Orban.

O salto de sexta-feira nos casos incluiu 151 infecções em uma casa de idosos em Budapeste, das quais sete pessoas morreram até agora, mostrou a última contagem do governo.

Ele disse que o número de infecções pode aumentar ainda mais na instalação, que tem capacidade para mais de 500 pessoas, já que testes de laboratório ainda estão sendo realizados.

Quase metade dos casos confirmados de coronavírus da Hungria estão na capital Budapeste, mostrou a contagem.

Apesar da crise, a Hungria não deve deixar seu déficit orçamentário exceder 3% da produção econômica, disse Orban, chamando o teto da União Europeia de finanças estatais de uma "linha vermelha" que não deve ser ultrapassada.

"Os que assumem dívidas demais agora estão pendurados em alguns meses, quando a primeira grande onda de crise ficará para trás", disse Orban.

Os comentários de Orban o colocam em desacordo com seu ministro das Finanças, Mihaly Varga, que disse à rádio pública no final do mês passado que a Hungria não deve se ater obstinadamente ao limite de 3% do déficit se a retomada da economia exigir ações adicionais.

(Esta história foi reformulada para corrigir erros de digitação no título)


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