Os comentários do chanceler seguem pedidos repetidos de políticos ucranianos por aviões de caça depois que tanques de batalha foram prometidos para a guerra contra a Rússia.
O chanceler Olaf Scholz voltou a se opor às demandas da Alemanha e de autoridades ucranianas por caças a jato para repelir a invasão da Rússia, exortando as nações ocidentais a não entrarem em uma “guerra de lances” por armas sofisticadas.
Na semana passada, a Alemanha anunciou que entregará seus tanques de batalha Leopard 2 à Ucrânia, após semanas de pressão dos aliados da OTAN e da União Europeia.
“O fato de termos acabado de tomar uma decisão [on sending tanks] e já o próximo debate [fighter jets] está explodindo na Alemanha – isso parece frívolo e mina a confiança das pessoas nas decisões do governo”, disse Scholz em entrevista ao jornal alemão Tagesspiegel no domingo.
“Só posso desaconselhar entrar em uma guerra de lances por sistemas de armas.”
O vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Melnyk, pressionou a Alemanha por dezenas de suas aeronaves de combate Tornado e instou a comunidade internacional a se juntar a uma “coalizão de caças” para seu país.
Tenho uma proposta criativa para nossos amigos alemães. A Bundeswehr tem 93 aeronaves de combate multimissão Tornado que serão desativadas em breve e substituídas pelo F-35.
Embora seja um caça a jato antigo, mas ainda muito poderoso. Por que não entregar esses Tornados para a Ucrânia @Bundeskanzler? pic.twitter.com/KxTZdUQLAS— Andrij Melnyk (@MelnykAndrij) 15 de janeiro de 2023
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, pediu novamente às nações ocidentais que forneçam a seu país mais sistemas de armas de ponta em seu discurso diário no sábado. Zelenskyy mencionou especificamente o Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS).
“Não pode haver tabu no fornecimento de armas para proteção contra o terror russo”, disse o líder ucraniano.
A Rússia condenou na semana passada a entrega de tanques de batalha da OTAN à Ucrânia, chamando-a de evidência “direta e crescente” do envolvimento dos Estados Unidos e da Europa na guerra.
‘Continue falando’ com Putin
O líder alemão também disse que continuará a telefonar para o presidente russo, Vladimir Putin, enfatizando a importância de manter um canal de comunicação aberto para encontrar um fim para a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Scholz disse que o tom das conversas “não foi indelicado, mas é claro que nossas perspectivas são completamente diferentes”.
“E continuarei a telefonar para Putin – porque temos que continuar conversando um com o outro”, disse ele.
O último telefonema para Putin foi no início de dezembro. O líder russo disse na época que a linha alemã e ocidental na Ucrânia era “destrutiva” e pediu a Berlim que repensasse sua abordagem.
As conversas, disse Scholz, muitas vezes eram sobre “questões concretas”, como trocas de prisioneiros, exportações de grãos ucranianos e o destino da Usina Nuclear de Zaporizhzhia.
“Para mim é importante que as conversas continuem voltando ao ponto principal: como o mundo sai dessa terrível situação? A condição para isso é clara: a retirada das tropas russas”, disse Scholz na entrevista.
Sem ‘escalonamento’
Scholz também advertiu que a OTAN não deveria ser arrastada para uma guerra com Moscou.
“Um chanceler alemão que leva a sério seu juramento de posse deve fazer de tudo para garantir que a guerra da Rússia contra a Ucrânia não se transforme em uma guerra entre a Rússia e a OTAN”, enfatizou, acrescentando que não “permitirá tal escalada”.
O anúncio do Leopard 2, seguido pouco depois por uma promessa dos EUA de tanques M1 Abrams para Kyiv, enfureceu o Kremlin.
“Por enquanto, não há negociações acordadas [with Scholz] no cronograma. Putin esteve e continua aberto a contatos”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a RIA Novosti.
A Alemanha é o segundo maior doador de equipamento militar para a Ucrânia depois dos EUA, de acordo com o Instituto Kiel para a Economia Mundial, à frente de outras potências europeias, como França e Grã-Bretanha.
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