CIDADE DO MÉXICO – O governo da Nicarágua divulgou na sexta-feira um carregamento de tinta e papel apreendido pertencente ao jornal La Prensa, que criticou o presidente de esquerda Daniel Ortega, disse um dos proprietários.
Os Estados Unidos saudaram a liberação da tinta e do papel apreendidos em outubro de 2018. Washington impôs sanções por violações de direitos humanos após uma onda de protestos antigovernamentais em 2018 e instou Manágua a facilitar as restrições a outras organizações.
La Prensa é o maior jornal da Nicarágua e tem sido um espinho no lado de Ortega, referindo-se repetidamente a ele como o "ditador" após os protestos que foram esmagados pelas forças de segurança. Cerca de 326 pessoas morreram nos distúrbios.
O governo de Ortega, cuja família preside um vasto império da mídia, reprimiu os meios de comunicação independentes. Além de apreender a remessa de tinta e papel do La Prensa, a polícia nicaragüense também invadiu e fechou dois canais de televisão.
O La Prensa, o único jornal nacional da Nicarágua, foi forçado a reduzir o número de páginas impressas, o que reduziu sua receita com publicidade e o obrigou a demitir muitos jornalistas.
Jaime Chamorro, cuja família é proprietária do La Prensa, disse à Reuters que um canal de comunicação foi aberto com o departamento alfandegário e "libertou nossos suprimentos que foram detidos".
Michael Kozak, secretário-assistente interino do Bureau de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, disse no Twitter que "a decisão há muito esperada de liberar o papel e a tinta @ laprensa da alfândega da Nicarágua é um passo na direção certa".
Kozak pediu que Ortega "devolva propriedades confiscadas de outros pontos de venda independentes", como Confidencial e 100% Noticias, que foram efetivamente fechadas na Nicarágua após os protestos.
"A liberdade de expressão é um #HumanRight", acrescentou Kozak.
0 Comments