O general americano Mark Milley disse que o drone MQ-9 Reaper afundou em uma área do Mar Negro onde as profundidades chegam a 1.500 metros.

A recuperação de um drone de vigilância dos EUA que caiu após ser interceptado por caças russos seria um desafio, dadas as águas profundas do Mar Negro, disse um general sênior dos Estados Unidos, conforme surgiram relatos de embarcações russas no local do acidente.
O presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, disse que os restos do drone MQ-9 Reaper não tripulado, que os EUA afirmam ter sido derrubado por um dos dois jatos russos Su-27 cortando a hélice do drone, afundou em águas profundas como 1.219 a 1.524 metros (4.000 a 5.000 pés).
“Ele provavelmente afundou a profundidades significativas, então qualquer operação de recuperação do ponto de vista técnico seria muito difícil”, disse Milley a repórteres na quarta-feira. Milley acrescentou que levaria vários dias até que os EUA soubessem com certeza o tamanho do campo de destroços.
Moscou – que nega que seus jatos estivessem em contato físico com o drone – disse que tentaria recuperar os destroços do drone quando surgiram relatos na quinta-feira de autoridades americanas confirmando que navios russos chegaram ao local do acidente.
O repórter sênior do Pentágono da ABC News, Luis Martinez, twittou que duas autoridades americanas confirmaram a presença de navios russos no local do acidente no Mar Negro.
2 Autoridades dos EUA confirmam que navios russos estão no local onde o drone MQ-9 caiu no mar Negro.
— luis martinez (@LMartinezABC) 16 de março de 2023
O Mar Negro faz fronteira com a Rússia e a Ucrânia.
O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, disse ao canal de TV Rossiya-1 na quarta-feira que a Rússia tentaria uma operação de recuperação do drone espião dos EUA.
“Não sei se vamos conseguir recuperá-lo ou não, mas tem de ser feito. E com certeza vamos trabalhar nisso. Espero, claro, com sucesso”, disse.
Milley disse que os EUA tomaram medidas para garantir que não haveria perda de inteligência sensível se o drone fosse resgatado pela Rússia.
“Estamos bastante confiantes de que tudo o que tinha valor não tem mais valor”, disse Milley.
Patrushev também disse que o incidente do drone provou que os EUA estavam envolvidos na guerra na Ucrânia. “Essa é mais uma confirmação de que eles estão diretamente envolvidos nessas ações, na guerra”, afirmou.
O embaixador de Moscou nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, disse que Washington implantando um drone a milhares de quilômetros dos Estados Unidos e perto das fronteiras da Rússia provou que estava coletando informações para o exército ucraniano para ajudá-lo a realizar ataques contra as forças russas.
Autoridades ucranianas alertaram na quarta-feira que a derrubada do drone sinalizou a intenção do presidente russo, Vladimir Putin, de “expandir o conflito”.
“O objetivo dessa tática all-in é sempre aumentar as apostas”, disse o secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, nas redes sociais.
O incidente com o UAV americano MQ-9 Reaper, provocado pela Rússia no Mar Negro, é um sinal de prontidão de Putin para expandir a zona de conflito com o envolvimento de outras partes.
— Oleksiy Danilov (@OleksiyDanilov) 15 de março de 2023
Mas com as autoridades dos EUA dizendo que o avião russo pode ter colidido involuntariamente com o drone e Moscou mantendo os jatos não interferiu fisicamente com a aeronave, parecia que ambos os lados estavam focados em conter e evitar uma escalada militar em um momento de relações já tensas sobre a Rússia. guerra na Ucrânia.
Milley, o general dos EUA, disse que está claro que a interceptação e assédio do drone por jatos russos foi intencional, mas não está claro se a aeronave russa fez contato deliberadamente com o MQ-9 – uma manobra que também pode colocar o jato russo em risco. .
“Foi intencional ou não? Ainda não sei”, disse Milley.
Mais cedo na quarta-feira, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse que o incidente provavelmente não foi intencional.
Milley também falou com seu homólogo russo, o chefe do Estado-Maior Valery Gerasimov, em um raro telefonema na quarta-feira, disse o Pentágono.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, também conversou com seu colega russo, Sergei Shoigu, após o incidente, mas não revelou detalhes da conversa.
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