Um manequim do atacante brasileiro foi pendurado em uma ponte após insultos racistas contra o jogador de 22 anos durante uma partida do campeonato espanhol.

A polícia espanhola prendeu quatro homens suspeitos de enforcar um manequim do atacante do Real Madrid Vinicius Junior em uma ponte em janeiro em Madri.
As prisões aconteceram na terça-feira em meio a protestos internacionais depois que insultos racistas foram lançados contra o internacional brasileiro de 22 anos durante uma partida da liga espanhola no domingo.
Três homens foram presos separadamente em Valência pelo abuso contra Vinicius Junior durante a partida, segundo a polícia.
Os quatro homens, detidos em Madrid, são “suspeitos de crime de ódio por terem enforcado numa ponte um manequim com a camisola de Vinícius”, informou a polícia em comunicado.
Três dos homens são membros de um grupo de ultrafãs de um clube de futebol de Madri que foram identificados durante as partidas como representando um alto risco de violência.
Embora as autoridades não tenham identificado o clube ao qual os ultras pertenciam, a mídia espanhola disse que eles faziam parte dos ultras do Atlético.
A polícia acompanhou seu depoimento com imagens dos suspeitos algemados e escoltados por policiais.
🚨| A torcida que pendurou um boneco manequim com a camisa do Vinícius está sendo presa em Madri. @policia #rmalive 🚔⚖️ pic.twitter.com/sdBZhOXaB1
— Zona de Madri (@theMadridZone) 23 de maio de 2023
O manequim que vestia a camisa de Vinicius Junior foi pendurado pelo pescoço em uma ponte rodoviária perto do campo de treinamento do Real Madrid em 26 de janeiro, antes da partida do clube contra o Atlético de Madrid.
Uma faixa com as cores vermelha e branca do Atlético com a mensagem “Madrid odeia o Real” também foi pendurada na ponte.
A mensagem é frequentemente utilizada por um dos grupos de ultratorcedores do Atlético de Madrid, embora tenha negado na época ser o responsável pela exibição.
Vinicius Junior sempre foi alvo de torcedores adversários na La Liga e mais uma vez perdeu por 1 a 0 para o Valencia no domingo.
O jogo foi paralisado por alguns minutos e o árbitro escreveu em seu relatório pós-jogo que gritos de “macaco” foram direcionados a Vinicius.
Promotores espanhóis abriram uma investigação sobre o incidente, que foi condenado pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e pelo primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez.
Solicita responsabilidade
O Real Madrid havia apresentado uma denúncia “para que os fatos sejam apurados e os responsáveis sejam responsabilizados”.
O clube disse que os cânticos, em sua opinião, “constituem um crime de ódio”.
A revolta cresce no Brasil, onde as luzes do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, foram apagadas por uma hora em solidariedade ao jogador.
“Preto e imponente”, Vinicius twittou sobre a estátua escurecida, dizendo que estava emocionado e agradeceu aos seguidores pelo apoio.
“Mas quero, acima de tudo, inspirar e trazer mais luz para a nossa luta”, completou.

O governo brasileiro protestou formalmente ao embaixador da Espanha e vai apresentar queixa oficial às autoridades de Madri.
O Brasil “lamenta profundamente que ainda não tenham sido tomadas medidas efetivas para prevenir a recorrência desses atos racistas”, afirmou o governo em comunicado.
Após a partida de domingo, o jogador postou uma montagem em vídeo no Instagram de muitos dos incidentes que viveu na Espanha, chamando-os de “desumanos”.
Em uma declaração contundente, ele também disse que “hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas”.
“A liga que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano [Ronaldo] e Messi agora pertence aos racistas”, acrescentou Vinícius.
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