Erdogan: Ataques YPG contra turcos têm como alvo a ‘gota d’água’


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O presidente da Turquia sinaliza uma nova operação militar na Síria, culpando os combatentes curdos por um ataque que matou dois policiais e foguetes contra o sul do país.

YPG curdo
Combatentes curdos das Unidades de Proteção do Povo (YPG) em frente a uma casa em Raqqa, Síria, em 2017 [Goran Tomasevic/Reuters]

A Turquia está determinada a eliminar as ameaças originadas no norte da Síria, alertou o presidente Recep Tayyip Erdogan na segunda-feira, dizendo que um ataque de combatentes curdos que matou dois policiais turcos foi “a gota d’água”.

Os policiais foram mortos no domingo em um ataque com míssil na região de Azaz, no norte da Síria, que a Turquia disse ter sido lançado pelas Unidades de Proteção Popular (YPG) armadas, de acordo com o Ministério do Interior.

“Não temos mais paciência com relação a algumas regiões da Síria que têm a qualidade de ser a fonte de ataques ao nosso país”, disse Erdogan em entrevista coletiva após uma reunião de gabinete.

“Estamos determinados a eliminar as ameaças provenientes daqui, seja com as forças ativas lá ou por nossos próprios meios”, acrescentou.

Separadamente, projéteis que caíram em duas áreas distintas causaram explosões na província turca de Gaziantep, na fronteira com a cidade de Jarablus, na Síria, disse o gabinete do governador.

Um terceiro pousou em Jarablus e foi lançado de uma região controlada pelo YPG, os combatentes curdos apoiados pelos Estados Unidos que Ancara considera uma organização “terrorista”.

“O último ataque à nossa polícia e o assédio que atinge nosso solo são a gota d’água”, disse Erdogan.

Ataques múltiplos

Azaz e Jarablus estão sob o controle de rebeldes apoiados pela Turquia desde a primeira incursão de Ancara na Síria em 2016, em uma operação que teve como objetivo afastar os combatentes do ISIL e os membros sírio-curdos do YPG de sua fronteira com a Síria.

Ancara lançou duas outras operações transfronteiriças na Síria contra o YPG, uma das quais teve como alvo a região de Afrin em 2018.

Um carro-bomba também matou pelo menos quatro pessoas e feriu outras seis em Afrin na segunda-feira, segundo fontes locais.

Ancara vê o YPG como o braço sírio do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que tem travado uma luta mortal contra o estado turco que matou dezenas de milhares desde os anos 1980.

Mas Washington fez parceria com o YPG para lutar contra o ISIL na Síria, repelindo as críticas furiosas da Turquia. A milícia continua sendo um ponto sensível nas relações difíceis de Erdogan com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

O conflito na Síria já matou centenas de milhares de pessoas desde que começou em 2011 com a repressão brutal de manifestações pacíficas.


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