Detidos familiares de homem morto durante protestos no Irã: agência de notícias


0

GENEBRA – As autoridades iranianas prenderam parentes de um jovem morto a tiros durante manifestações no mês passado, informou a agência de notícias semi-oficial Mehr na terça-feira, citando uma fonte informada.

O relatório Mehr não especificou quais membros da família de Pouya Bakhtiari haviam sido presos, mas Hadi Ghaemi, diretor executivo do grupo de defesa de direitos de Nova York, o Center for Human Rights in Iran (CHRI), disse que incluía seus pais, citando informações de ativistas que haviam visitou a família na segunda-feira.

O Ministério da Inteligência e o judiciário em Karaj, uma cidade a oeste de Teerã, convocaram o pai de Bakhtiari, Manouchehr, duas vezes para interrogatório na semana passada, informou um relatório publicado no site do CHRI na terça-feira.

Eles pediram que ele cancelasse uma cerimônia de comemoração na cidade de Karaj em 26 de dezembro – o 40º dia após a morte de seu filho, como frequentemente observado pelos muçulmanos xiitas, a maioria religiosa do Irã – citando preocupações de que isso poderia criar inquietação.

Manouchehr, que em um post no Instagram na semana passada havia convidado a mídia local e estrangeira para participar da cerimônia de comemoração, se recusou a cancelá-la, disse ele ao CHRI.

Em um post no Twitter, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse: “Os EUA denunciam fortemente a prisão dos pais de Pouya Bakhtiari e pedem sua libertação imediata.

"É hora da comunidade internacional se unir ao povo iraniano e responsabilizar o regime", disse ele.

O CHRI diz que Bakhtiari, de 27 anos, "morreu de um tiro na cabeça" em Karaj em 16 de novembro.

Mehr observou que Bakhtiari havia sido "morto de maneira suspeita" durante a agitação.

O relatório citou uma fonte informada dizendo que as prisões eram "para manter a ordem e a segurança das pessoas honradas que sofreram danos e com a intenção de impedir … a repetição de ações armadas contra o povo".

As forças de segurança estão em alerta máximo para qualquer evento que possa provocar mais inquietação após protestos contra uma alta nos preços dos combustíveis que se tornou política no mês passado, provocando a mais sangrenta repressão dos 40 anos de história da República Islâmica.

Cerca de 1.500 pessoas foram mortas durante menos de duas semanas de distúrbios que começaram em 15 de novembro, disseram três autoridades do Ministério do Interior iraniano à Reuters, de acordo com um relatório publicado na segunda-feira.

Esse número é muito superior ao estimado por grupos internacionais de direitos humanos e foi descartado como "notícias falsas" por um porta-voz do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, segundo a agência de notícias semi-oficial Tasnim.

Alguns familiares de pessoas mortas por razões políticas ou outras não relacionadas aos protestos no mês passado também disseram que 26 de dezembro deveria ser um dia de comemoração, de acordo com o CHRI.


Like it? Share with your friends!

0

0 Comments

Your email address will not be published. Required fields are marked *