ADDIS ABABA – Cinco pessoas suspeitas de incendiar quatro mesquitas na região de Amhara, na Etiópia, foram presas no sábado, disse um porta-voz regional, enquanto o aumento da violência intercomunitária e étnica ameaça as reformas políticas iniciadas pelo primeiro-ministro Abiy Ahmed.
"Cinco pessoas suspeitas de liderar e organizar os ataques foram presas", disse Getnet Yirsaw, porta-voz do estado de Amhara, em um post no Facebook.
Yirsaw também disse que uma igreja na cidade de Motta, 377 km ao norte da capital Adis Abeba, havia sido alvo de um ataque criminoso. Não ficou claro quem foi o responsável por esse ataque.
O presidente do conselho islâmico regional de Amhara disse que o ataque em Motta foi inesperado e que as empresas pertencentes a muçulmanos também foram queimadas e vandalizadas.
Abiy introduziu amplas reformas políticas e econômicas, que lhe renderam elogios internacionais, culminando com o prêmio Nobel da Paz por esforços de paz com a antiga Eritreia. Mas as reformas também alimentaram tensões étnicas e religiosas à medida que homens fortes regionais foram encorajados a competir por influência e recursos.
Abiy condenou a violência no sábado e disse que não permitiria que extremistas manchassem a história de tolerância religiosa da Etiópia. Ele pediu aos cidadãos que rejeitem agendas odiosas.
O think tank do International Crisis Group alertou em um relatório publicado esta semana sobre um aumento nos ataques a igrejas na Etiópia e sugeriu que o aumento das tensões intercomunitárias representa uma ameaça antes das eleições agendadas para maio de 2020.
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