China atribui crise na Ucrânia à ‘mão invisível’


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Em ampla coletiva de imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, também descreveu Taiwan como uma ‘linha vermelha’ nas relações com os EUA.

Ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, acena
O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, acena para a mídia ao chegar para a coletiva de imprensa em Pequim [Thomas Peter/Reuters]

A crise na Ucrânia parece ser impulsionada por uma mão invisível que pressiona pelo prolongamento e escalada do conflito, de acordo com o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang.

A “mão invisível” está “usando a crise da Ucrânia para servir a certas agendas geopolíticas”, disse Qin em entrevista coletiva à margem da reunião parlamentar anual do país em Pequim, sem especificar a quem se referia.

Ele pediu que o diálogo comece o mais rápido possível.

“Conflito, sanções e pressão não resolverão o problema… O processo de negociações de paz deve começar o mais rápido possível e as legítimas preocupações de segurança de todas as partes devem ser respeitadas”, disse Qin.

A posição da China sobre a guerra na Ucrânia está sob novo escrutínio nas últimas semanas em meio ao aprofundamento de seu relacionamento com Moscou e à preocupação nas capitais ocidentais de que não pode ser um mediador honesto em quaisquer possíveis negociações de paz quando se recusou a nomear a Rússia como agressora no conflito. .

A Rússia enviou suas tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado, no que chama de “operação militar especial”. O conflito deixou cidades ucranianas em ruínas, levou milhões a fugir para o exterior e prejudicou a economia global.

Qin enfatizou que Pequim não forneceu armas para nenhum dos lados do conflito na Ucrânia, em meio a comentários de autoridades dos Estados Unidos sobre “consequências” não especificadas para a China caso envie ajuda letal à Rússia.

“[China] não faz parte da crise e não forneceu armas a nenhum dos lados do conflito. Então, em que se baseia essa conversa de culpa, sanções e ameaças contra a China? Isso é absolutamente inaceitável.”

Em um amplo e longo encontro com repórteres, Qin também falou sobre a relação EUA-China, dizendo esperar que os dois países encontrem a “maneira certa de se entender”.

Ele enfatizou que a ilha autogovernada de Taiwan era central para a condução dos laços entre Pequim e Washington, descrevendo-a como “o cerne das questões centrais e a primeira linha vermelha que não deve ser cruzada nas relações EUA-China”.

Pequim reivindica Taiwan como sua e não descarta o uso da força para assumir o controle da ilha. Ele intensificou a pressão militar e diplomática na ilha desde que Tsai Ing-wen, que afirma estar buscando a independência, foi eleito presidente pela primeira vez em 2016. Tsai disse que o futuro da ilha depende do povo de Taiwan.

Os EUA são obrigados por lei a fornecer a Taiwan os meios para se defender.


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